Na edição de 2024 do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), uma mesa redonda histórica reuniu doze conselheiros das Câmaras de Educação Básica e Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) para discutir a integração entre os dois níveis educacionais a partir de estratégias inovadoras. O evento, que ocorreu no segundo dia do XVI CBESP, focou em promover uma reflexão e diálogo construtivo sobre a interconexão entre a Educação Básica e a Educação Superior, buscando fortalecer a transição dos estudantes ao longo de seu percurso educacional.
A mesa, coordenada por Amábile Pacios, vice-presidente da FENEP, e Rui Otávio, presidente do SEMERJ, propôs uma reflexão profunda sobre a importância de uma transição eficaz para os estudantes ao longo de seu percurso educacional. A discussão focou em identificar desafios e oportunidades nos dois níveis educacionais, com destaque para a formação de professores e a aprendizagem significativa, embasadas em políticas públicas inovadoras que priorizam qualidade, diversidade, inclusão e sustentabilidade socioambiental.
Luiz Roberto Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), destacou a necessidade urgente de atenção à alfabetização e à educação fundamental como bases para reduzir a evasão escolar no ensino médio e superior. Curi frisou que sem uma diretriz curricular adequada e uma gestão eficaz de ingresso e permanência, a evasão continuará sendo um grande obstáculo.
Henrique Sartori de Almeida Prado, presidente da Câmara de Educação Superior (CES/CNE), questionou se a educação superior ainda é o sonho de muitos, destacando a necessidade de interação entre os diversos modelos educacionais existentes no Brasil. Já Suely Menezes, vice-presidente da Câmara de Educação Básica (CEB/CNE), mencionou a Lei 14.645/23 e a importância da integração curricular para viabilizar itinerários formativos, ressaltando o Parecer 19 aprovado pelo CNE.
A cooperação entre os dois níveis educacionais foi o foco da fala de Paulo Fossatti, vice-presidente da Câmara de Educação Superior. Ele considera ponto fundamental para resolver problemas comuns, como a evasão escolar. Ele propôs a efetivação de práticas conjuntas entre os diferentes níveis educacionais. Para Walter Eustáquio Ribeiro, conselheiro do CEB/CNE, uma base forte na educação básica é essencial para uma construção sólida na educação superior. Ele destacou a necessidade de fortalecer a pós-graduação para tornar o Sistema Educacional Brasileiro mais homogêneo.
Anderson Luiz Bezerra da Silveira, conselheiro do CES/CNE, sugeriu a curricularização da extensão para aproximar a educação superior da educação básica, promovendo projetos de extensão nas escolas que possam mostrar aos alunos diversas profissões e aumentar o interesse no ensino superior. E Valseni José Pereira Braga, conselheiro do CEB/CNE, alertou para a fragmentação do pensamento que leva a processos educacionais desconectados e propôs soluções integradas para superar esses desafios. André Guilherme Lemos Jorge, conselheiro do CES/CNE, sublinhou a importância de dialogar com as famílias sobre a empregabilidade e a qualidade de vida, destacando a correlação entre os resultados do ENEM e do ENADE como indicadores de desempenho.
Por fim, Elizabeth Regina Nunes Guedes, conselheira do CES/CNE, ressaltou a desconexão entre as metas do Plano Nacional de Educação e a realidade atual dos alunos, defendendo uma visão integrada desde a educação infantil até o ensino superior. Por sua vez, E Mauro Luiz Rabelo, conselheiro do CES/CNE, finalizou o painel comprometendo-se a levar as discussões para um aprofundamento no pleno do conselho.
Ao final do painel, foi feita uma homenagem a Luiz Roberto Curi que vai deixar a presidência do CNE.
O XVI CBESP ocorre de 5 a 7 de junho, em Mogi das Cruzes (SP). Confira a programação completa e acompanhe as transmissões pelo canal CBESPBr, no YouTube.