Os números foram apresentados pelo consultor Romário Davel no Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular
Os quatro principais grupos educacionais de capital aberto do Brasil ficaram com 64.308 novas vagas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no primeiro semestre de 2016, ou 47,6 por cento dos contratos preenchidos até o momento, de acordo com cáculos da Hoper Consultoria divulgados nesta sexta-feira.
A Kroton Educacional foi o grupo com mais vagas, com um total de 29.467, enquanto Estácio teve 16.628. Ser Educacional e Anima ficaram, respectivamente, com 14.986 e 3.227 novas vagas do programa do governo federal.
Os números foram apresentados pelo consultor Romário Davel no Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular.
Entre os principais grupos fora da bolsa de valores brasileira, a Universidade Paulista teve 16.423 vagas, seguido por Laureate (9.188), Devry (4.555) e Ilumno (ex-Whitney) (3.246).
Na véspera, associações que representam o setor de educação privada informaram que das 250 mil vagas do Fies no primeiro semestre, 115 mil não foram preenchidas e poderão ser remanejadas, sob expectativa de aproveitamento de 10 por cento deste total. Até o momento, foram preenchidas 135 mil vagas, ou 54 por cento. O processo de seleção do Fies será encerrado em 30 de abril.
”A expectativa da Hoper é que sejam ocupadas menos de 60 por cento das vagas mesmo com preenchimentos remanescentes”, disse Davel na apresentação.
O consultor calculou, ainda, quantas vagas o setor precisaria neste semestre para chegar ao mesmo patamar de 2014, antes das mudanças das regras do Fies e redução do número de vagas.
Segundo ele, seriam necessárias 448.838 mil vagas novas do Fies no primeiro semestre de 2016 para manter o número de alunos no mesmo nível de dois anos atrás, quando chegou a 1,458 milhão de contratos.
Além das vagas não preenchidas, o percentual de financiamento do Fies dificilmente tem chegado a 100 por cento.
O diretor-executivo do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), Rodrigo Capelato, afirmou que 30 por cento dos alunos selecionados para o Fies acabaram não concluindo o processo. Ele acrescentou que o percentual de financiamento que os estudantes conseguiram não ficou dentro do esperado.
Ele acrescentou que os cursos mais procurados como Direito e Administração têm apenas 30 por cento das vagas do Fies, enquanto o restante vai para os prioritários (formação de professores, engenharia e saúde), cuja demanda é menor.
“Eles (MEC) são bastante receptivos às propostas (do setor educacional para tentar otimizar o preenchimento das vagas). Mas ainda não sabemos se trata-se de um problema do modelo ou se foram realmente travas para não preencher as vagas”, disse.
Fonte: Reuters