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O ministro da Educação, Camilo Santana, participou da abertura do XV Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), nesta quarta-feira (24), e ressaltou a importância da participação das instituições privadas de ensino superior na formação de qualidade dos profissionais brasileiros, em especial, os professores da educação básica. O evento, promovido pelo Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Privado e pela Linha Direta, segue até sexta-feira (26), em Alexânia (GO).

“Nós temos esse papel [de investir na educação brasileira] e a primeira coisa: a qualidade da formação dos nossos profissionais é essencial, tem que estar em nossa agenda. Nós precisamos melhorar a qualidade dos professores que estão indo para educação básica, a formação inicial nas universidades, tanto públicas quanto privadas”, pontuou Camilo. Ele também agradeceu a participação das instituições de ensino no trabalho que tem sido feito no Ministério da Educação (MEC) para aperfeiçoar os currículos da licenciatura.

A formação de professores também foi assunto da fala inicial do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios. Ele informou que o modelo de avaliação dos graduandos em licenciatura irá mudar já no próximo ano. “Queremos aproveitar o ciclo de 2024, que avalia as licenciaturas, para introduzir novos instrumentos, produzir mais informações e avançar para territórios que até aqui não foram objeto de observação, como os estágios supervisionados e a prática docente”, revelou Palácios.

Apoio do MEC
Camilo também comentou que as IES podem contar com o apoio e a disposição da Secretária da Secretaria de Regulação da Educação Superior (Seres), Helena Sampaio. “Ela está à disposição da rede de educação privada para que possamos construir caminhos, consenso, não só na regulação, mas no fortalecimento da qualidade da educação superior do nosso país”.

Mais cedo, Helena havia participado da abertura do Congresso. “O evento é uma oportunidade preciosa para o fortalecimento para o sistema federal de educação superior, alicerçado na qualidade, já que oferece um espaço de troca entre os diferentes atores na arena educacional. O compromisso nacional pela qualidade da educação superior é tarefa de todos nós, do MEC, de toda a sociedade”, afirmou a Secretária da Seres.

Assim como ela, a secretária-executiva do MEC, Izolda Coelho, enumerou dados para explicar a relevância do setor privado de ensino superior como a maioria das instituições (88%) e das matrículas (77%). “É uma representatividade muito forte e esse engajamento das entidades, das associações do segmento particular em um debate propositivo que busque se comprometer com a formação de lideranças”, destacou. “Colocar o tema da liderança que é algo realmente importante para que possamos abrir esses caminhos de melhoria, de mais qualidade, de fazer entregas cada vez mais substantivas para a população”, concluiu.

Força da União
Um dos anfitriões do XV CBESP, o secretário executivo do Fórum, Celso Niskier, apresentou as principais bandeiras de debate e defesa da educação privada e destacou a mudança da postura das entidades, que estão segundo na mesma direção. “Percebemos que, muito mais do que temos de divergências, temos de comum para oferecer. Este Congresso demonstra isso: o maior que já realizamos em 15 anos de história”, comemorou.

“É também um momento muito importante, quando chegamos ao maior número de entidades representativas associadas ao Fórum e a confirmamos a participação de Débora Guerra no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, da Presidência da República”, lembrou. A trajetória do CBESP também foi comentada pelo outro anfitrião, o presidente da Linha Direta, Marcelo Chucre. “Ainda me lembro quando começamos, quando tivemos o apoio da Marlova [representante da Unesco], do Janguiê Diniz [ex-secretário executivo do Fórum]”.

Apoiadora da iniciativa itinerante realizada pela Linha Direta, Marlova Jovchelovitch Noleto, representante da Unesco no Brasil, compartilhou alguns dados sobre a educação superior. “Recentemente divulgamos um estudo sobre as tendências do ensino superior as na América Latina e Caribe. Tivemos o crescimento e consolidação de novas instituições de ensino superior públicas e também privadas com objetivo de atender a uma demanda cada vez mais crescente. E vários países, além de aumentar a oferta pública, tem promovido medidas de financiamento aos estudantes, incluindo o Brasil”, comentou Marlova.

Participante de todas as edições do CBESP, o presidente do Conselho Nacional da Educação (CNE), Luiz Roberto Curi, também apresentou seu ponto de vista sobre a importância de cada instituição acolher seus ingressantes com seus problemas e déficits de aprendizado. “A educação superior é um dos instrumentos mais potentes da correção da desigualdade no Brasil. Isso precisa ser acompanhado de uma gestão transformadora, com uma transformação curricular que vise competência, produção intelectual e objetos de conhecimento que surjam das práticas em ambientes de empregabilidade”, pontuou.

Talk-show
Após a solenidade de abertura, foi realizado um talk-show sobre internacionalização. A vice-reitora da Universidade Católica Portuguesa e ex-ministra da Educação de Portugal, Margarida Mano, foi convidada ao palco para falar sobre “O papel da liderança nas organizações educacionais focado no planejamento estratégico para as organizações portuguesas no contexto da pandemia”. A conversa foi moderada pelo vice-presidente da ABMES, Daniel Castanho, e o diretor presidente, Celso Niskier.

Margarida contou como a Universidade de Coimbra se beneficiou da cultura do planejamento estratégico durante o período pandêmico da Covid-19. Ela destacou que o plano não era algo fixo, mas a construção de cenários que permitiu que as consequências foram minimizadas, no caso do fechamento da instituição por medidas sanitárias, e aproveitadas, como o avanço tecnológico.

Para ela há variáveis que são inevitáveis, como a transformação digital. Citando o ChatGPT como exemplo, a ex-ministra de Educação de Portugal. “O ChatGPT é inevitável. O desafio da educação superior é saber como agir daqui a cinco anos, com o uso ainda mais generalizado, ou caso isso ainda não esteja acontecendo. A questão é, onde nós cremos estar se daqui a cinco anos isso acontecer ou não”, ilustrou. “O planejamento é feito perguntando ao futuro, sem deixar de ser flexível na realização”, completou.

Celso Niskier comentou sobre a ferramenta de inteligência artificial e fez uma revelação. “Eu preciso admitir que usei o ChatGPT para construir meu discurso desta noite. A primeira versão foi excelente e depois eu dei meu toque pessoal. Eu não conseguiria dormir de noite sem contar”, admitiu com humor.

“O ChatGPT responde sobre algo que já aconteceu, sobre o passado. Ensinamos conteúdos nas faculdades sobre o passado”, ponderou Daniel Castanho. Ele também falou sobre como a inovação e a cultura da liderança podem transformar os estudantes universitários e, por consequência, a sociedade.

Educação Mais Forte
A cerimônia de abertura do XV CBESP foi também a noite de lançamento da campanha #EducaçãoMaisForte, do Fórum. O objetivo do movimento é mobilizar as comunidades escolar e universitária, o Executivo e Legislativo federais e a sociedade para a importância das instituições de ensino privadas na educação brasileira. “Essa campanha busca mostrar que uma educação mais forte é importante para este momento do país e a nossa contribuição, como setor privado, nunca foi tão relevante. Seja pela representatividade, capilaridade ou o nosso alcance, temos um papel extremamente pertinente no desenvolvimento do Brasil agora e no futuro”, explicou Celso Niskier.

Participaram da mesa da solenidade de abertura:
– Celso Niskier, secretário-executivo do Fórum e diretor presidente da Associação
Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES);
– Marcelo Chucre, presidente da Linha Direta;
– Marlova Jovchelovitch Noleto, representante da Unesco no Brasil;
– Luiz Roberto Liza Curi, presidente do Conselho Nacional da Educação (CNE);
– Cláudio Picoli, da Associação de Mantenedoras Particulares de Educação Superior de
Santa Catarina (Ampesc);
– Maria Eliza de Aguiar e Silva, da Associação Nacional dos Centros Universitários
(Anaceu);
– Leila Rabelo, da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen),
– Bruno Eizerik, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep),
– Amábile Pacios, presidente da Câmara da Educação Básica do CNE e vice-presidente
Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep),
– Rui Otávio de Andrade, presidente da Sindicato das Entidades Mantenedoras de
Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro (Semerj),
– Carlos Joel Pereira, presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras dos
Estabelecimentos de Ensino Superior da Bahia (Semesb/Abames)
– Manuel Fernando Palácios da Cunha e Melo, presidente do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
– Thiago Pegas, vice-presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de
Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp).
– Débora Guerra, representante do Fórum no Conselho de Desenvolvimento Social
– Paulo Chanan, presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades
(Abrafi),
– Beatriz Maria, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub)
– Iara de Xavier, assessora da presidência da ABMES e membro da comissão científica do
CBESP
– Janguiê Diniz, ex-secretário executivo do Fórum
– Cleonice Matos Rehem, diretora Fórum Nacional das Mantenedoras de Instituições
EPT (BrasilTec)
– Marcos Zimmen, presidente da Associação Brasileira de Instituições Educacionais
Evangélicas (ABIEE)
– Paulo Muniz Lopes, presidente da Associação Brasileira das Instituições Comunitárias
da Educação Superior (ABRUC)

O XV CBESP acontece de 24 a 26 de maio no Tauá Resort, em Alexânia (GO). Nesta edição, mais de 550 gestores, mantenedores, professores e profissionais da educação estão reunidos para debater sobre “Liderança inovadora: o desafio da educação superior”. A programação completa pode ser acompanhada pelo canal do YouTube, exceto os workshops, reservados exclusivamente para os participantes presenciais.

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