Touros (RN) – Em 2026 entrará em vigor uma nova metodologia de avaliação dos cursos de dez áreas da formação de ensino superior no Brasil. Todo o processo vai passar a ser realizado em um fluxo trienal com três fases contínuas. Também haverá mudanças nos pontos avaliativos.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo processo no Brasil, trabalha no desenvolvimento dos detalhes da transformação. O novo formato, que ainda passará por testes no segundo semestre deste ano, deve ficar pronto até o fim deste ano e valer a partir de 2026.
As alterações são um dos temas abordados no XVII Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), realizado dessa quarta-feira (28/5) até sexta-feira (30/5), na cidade de Touros (RN) a 85 KM de Natal. Atualmente o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) tem uma dinâmica diferente de realização, sem o caráter cíclico pré-definido.
Em 2026 a aplicação no Enade dentro do novo fluxo avaliativo será aplicada em três áreas de formação: ciências naturais, matemática e estatística; computação e tecnologias da informação e comunicação (TIC); e engenharia, produção e construção. Em 2027, a aplicação no Enade no âmbito do novo fluxo avaliativo alcança as áreas de formação: agricultura, silvicultura, pesca e veterinária; saúde e bem-estar; e serviços.
No ano de 2028, a aplicação no Enade no contexto do novo fluxo avaliativo segue para as formações nas áreas de: artes e humanidades; ciências sociais, comunicação e informação; e negócios, administração e direito.
Dentro deste novo fluxo, o Inep seguirá realizando as avaliações de conhecimento dos alunos de Medicina e licenciaturas anualmente.
O diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Ulysses Teixeira, explica que as mudanças também vão alcançar os critérios e a forma de aplicação das avaliações.
“Eles também vão ter uma prova diferente das edições anteriores do Enade, que é uma prova também ampliada, com mais itens dos conhecimentos específicos de cada área que nos permitam fazer essas estimativas de desempenhos esperados ou definição de padrões de desempenho”, destaca Teixeira.
O diretor do Inep acrescenta que, devido à diversidade do sistema educacional brasileiro, a mudança no sistema avaliativo está sendo conduzida respeitando as particularidades de cada curso de formação.
“A gente precisava entrar um pouco mais nas especificidades. E aí começamos essa proposta de pensar pela Classificação Internacional Normalizada da Educação Adaptada para Cursos de Graduação e Sequenciais de Formação Específica do Brasil (Cine Brasil), com objetos de avaliação específicos de cada uma das áreas”, detalha Teixeira.
O ensino superior a distância (EAD), que passa por mudanças na regulação, não terá a princípio uma metodologia específica de avaliação. No entanto, o Inep deve realizar a verificação do funcionamentos dos polos por meio de amostragem.
Cronograma
No Brasil há cerca de 2 mil instituições de ensino superior que ofertam aproximadamente 46 mil cursos de formação. Devido às dimensões do sistema, um cronograma foi estabelecido para a preparação da mudança no fluxo avaliativo.
Teixeira afirmou que está previsto que no próximo dia 17 as comissões que trabalham na nova proposta de avaliação apresentem o modelo e, a partir do dia 18 haja uma consulta pública com duração de 30 dias. Após as sugestões serem avaliadas e incorporadas, o período de agosto a novembro será reservado para testes.
O repórter viajou a Touros a convite da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), uma das instituições que compõem o Fórum Brasil, realizador do evento.
Fonte: Portal Metrópoles