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Nas discussões sobre o novo Fies, programa de financiamento estudantil, que estão sendo tratadas com o governo, o setor de ensino superior está defendendo mudanças como aumento de renda mínima exigida, oferta de financiamento de 100% do valor da mensalidade, atrelar a amortização do empréstimo ao rendimento que o aluno tenha após formado, dar uma carência de prazo para aqueles que perderem o emprego e priorizar o financiamento a carreiras de maior empregabilidade.

Entre as sugestões estão permitir que alunos com renda acima de três salários mínimos tenham acesso ao Fies. Atualmente, o programa é destinado para quem tem rendimento entre 1,5 a 3 salários. No ProUni, a ideia é que estudantes com renda de até três salários consigam uma bolsa integral. Hoje, isso só é possível apenas para aqueles com renda de 1,5 salário.

Segundo Celso Niskier, presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), essas alterações podem ampliar o número de inscritos e reduzir taxas de inadimplência do programa. Atualmente, menos da metade das vagas do Fies são preenchidas, uma vez que o aluno com renda até três salários mínimos muitas vezes não consegue obter nota mínima exigida no Enem. Até março, a inadimplência do Fies somava R$ 11 bilhões. “Defendemos que o Fies volte a ter um caráter social, algo que se perdeu”, disse Niskier.

Há um desinteresse crescente pelo programa estudantil do governo mesmo num cenário de crise econômica piorado.

Neste primeiro semestre, o Fies recebeu 205,1 mil inscritos para 67,3 mil vagas ofertadas. No entanto, a expectativa é que apenas metade, ou até menos, seja efetivamente preenchida. Para efeitos de comparação, o Pravaler, programa de financiamento estudantil privado, recebeu 500 mil interessados. Ou seja, mais que o dobro do Fies mesmo sendo um financiamento privado.

O Pravaler está levantando dados e se colocando para fazer a gestão do Fies. “O MEC está aberto para ter uma empresa privada fazendo esse trabalho de acompanhamento de dados”, disse Beto Dantas, diretor de operações do Pravaler.

Dantas exemplifica que a gestora acompanha indicadores como inadimplência, evasão, mas também de tendências como carreiras com maior empregabilidade que é uma das defesas do setor de ensino superior.

Niskier defendeu também a criação de uma terceira edição do Proies, um programa para faculdades com passivo tributário que permite converter até 90% do passivo em bolsas do ProUni. O diretor da Abmes acredita que com a retomada do Proies seria possível criar 300 mil bolsas.

Fonte: Beth Koike, do Valor Econômico

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