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O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Curi, disse que o Grupo de Trabalho (GT) criado para avaliar o Novo Ensino Médio não trabalha com a perspectiva de revogação da Reforma e retorno ao modelo antigo, como pedem entidades da sociedade civil, principalmente de professores. “Do ponto de vista do GT, trabalhamos com outra perspectiva, de reordenamento e reestruturação da implantação da Reforma”, disse, em conversas com jornalistas no 15º Congresso Brasileiro de Educação Superior Particular (CBESP).

Segundo o presidente, a previsão é que em agosto essa reorganização tenha início. “O ministro nos cobra para que seja em agosto”, disse.

Curi reforçou, no entanto, a importância da consulta pública, que vai até 6 de junho, na decisão dos rumos do Novo Ensino Médio e, consequentemente, do Enem. As mudanças no exame decorrentes da reforma eram previstas para começar a valer em 2024, mas foram suspensas diante das pressões para que o governo reveja a implementação das novas diretrizes.

Um dos pontos fundamentais da Reforma, na sua avaliação, é o fortalecimento da educação profissional e tecnológica. “Temos milhões de jovens desempregados, temos que ter opção mais ampla e geradora de oportunidades profissionais a partir do Ensino Médio, com perspectiva de inserção”.

Ele criticou ainda a trajetória da educação pública nos últimos anos. “O setor (de educação) público descreve uma trajetória temerosa”, declarou. “A pandemia piorou, mas não é a única a responsável. O quadro já vem antes, a pandemia só aprofundou o cenário ruim”, completou, citando que apenas 60% dos jovens chegam ao Ensino Médio. Desses, só 40% alcançam a universidade. “E lá muitos evadem. Eles não têm repertório cultural e de conteúdo para seguir os estudos com qualidade”.

“É absolutamente necessário que os currículos visem competência, formação intelectual, que possam surgir das práticas e dos ambientes de empregabilidade, sem isso seremos sempre conteudistas, impondo comportamento do século passado”, finalizou.

Fonte: Isabela Moya, do Estadão

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