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Valor Econômico: Reportagem produzida durante o XI CBESP, fala sobre projeções apresentadas no congresso de que daqui a cinco anos, a fatia de alunos matriculados nos chamados cursos híbridos aumentará dos atuais 4% para 21% no mercado particular de educação superior

Daqui a cinco anos, a fatia de alunos matriculados nos chamados cursos híbridos, modalidade em que o conteúdo didático é ministrado presencialmente e pela internet, aumentará dos atuais 4% para 21% no mercado privado de ensino superior, de acordo com dados da consultoria Educa Insights, apresentados durante congresso da Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES), realizado na Ilha de Comandatuba, na Bahia.
Em contrapartida, a participação dos cursos totalmente presenciais cai de 68% para 49%. Já a graduação puramente on-line não deve ter uma mudança tão drástica, saindo de 28% para 30% entre 2018 e 2023. Nos Estados Unidos, mercado que mais se assemelha ao brasileiro, a fatia de alunos estudando em cursos 100% on-line e híbrido é muito semelhante.

Segundo Luiz Trivelato, sócio da Educa Insights, o aumento expressivo na graduação híbrida está relacionado a uma combinação de cenário econômico e redução do Fies, programa de financiamento estudantil do governo. Suas projeções mostram que, entre 2012 e 2016, uma parte da população ascendeu para a classe média, com condições financeiras para arcar com uma mensalidade entre R$ 200 e R$ 700. Nesse mesmo período, a oferta de Fies explodiu e as pessoas preferiram contratar o financiamento estudantil do governo, que tinha taxa de juros de apenas 3,4% ao ano e era aberto para alunos com renda familiar de até 20 salários mínimos. As regras do programa de crédito foram alteradas e, agora, muitos estudantes não estão conseguindo obter o financiamento, nem pagar uma mensalidade de graduação presencial, cujo preço oscila de R$ 750 a R$ 1,4 mil (sem considerar as faculdades premium e cursos de medicina).

Já a mensalidade do curso híbrido vai de R$ 450 a R$ 900. Ou seja, essa modalidade atende à parcela da população que não têm condições financeiras para pagar um curso presencial, mas não quer uma graduação 100% on-line, que custa entre R$ 200 a R$ 500. “O curso híbrido tem sido a resposta à ausência do Fies”, disse Trivelato.

O sócio da Educa Insights afirma que há instituições de ensino vendendo cursos Semipresenciais como uma graduação híbrida – modalidade ainda pouco representativa no Brasil. “O semipresencial é aquele com aulas nos polos uma vez por semana e com apoio de tutores. O híbrido tem aulas presenciais de duas a três vezes na semana, com professores e polos com maior infraestrutura.” Os grupos educacionais com projetos mais avançados nessa nova modalidade são Anima e a Cesumar. A Kroton tem cursos híbridos de engenharia e da área da saúde.

Hoje, há 2,1 milhões de alunos em cursos on-line e híbridos. Os maiores grupos são Kroton (com uma fatia de 33%), Unip (12%), Uniasselvi (9%), Uninter (8%), Estácio e Cesumar (ambas com 7%) e Cruzeiro do Sul (6%).

A repórter viajou a convite da Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES)

Fonte: Valor Econômico

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